sábado, 21 de agosto de 2010

Revista FANTÁSTICA

Literatura fantástica nacional por muito tempo era de uma existência tão surreal quanto às histórias que esse ramo se propõe a explorar. Hoje em dia essa situação mudou um pouco, ainda que com muitas dificuldades, cada vez mais autores tem conseguido iniciar suas carreiras no mundo da escrita profissional, contudo, mesmo com a crescente quantidade de novo material que é injetado no mercado, provavelmente a maioria dos que estão lendo essa postagem teria dificuldades em citar o nome de três autores brasileiros que se aventuraram no campo da fantasia.

Taháinn - O Sacrificio (parte 2)

Taháinn virou-se, primeiro por susto, movido pelo instinto; aquele era o ultimo lugar o qual esperava ser descoberto e, por isso, fora surpreendido pelo brado. Porém, em meio ao movimento giratório que fez para volver-se, acabou por identificar a voz do homem que o chamava. Uma voz familiar, que ouvira por toda a sua vida e que, há menos de uma semana, passara a odiar. Quando terminou sua meia volta – um esboço daquela que havia aprendido em seus tempos de recruta, já que sua perna defasada o impossibilitava de movimentos amplos – não mais estava com a expressão atônita dos surpreendidos em sua face. Exibia um meio sorriso, um misto de triunfo e perversidade. Era como se olhasse para um inseto particularmente nojento a ser esmagado e sentisse um prazer cruel no exercício deste poder; foi apenas uma das coisas a fazer com o recém chegado que passaram por sua mente insana. Refreou o imensurável instinto assassino que começava a se apoderar de seu corpo e causar-lhe tremeliques, limitando-se a fitar os olhos daquele que havia acabado de chegar com uma calma perturbadora.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Taháinn - O Sacrificio (parte 1)

O pesado escarpe do cavaleiro levantou a poeira vermelha e antiga - que se acumulara durante eras naquele chão irregular - assim que o primeiro passo foi dado para dentro da caverna. Sua armadura completa tiniu e rangeu conforme as placas que a compunham roçavam-se e estalavam, efeito que acabava por resultar em um som alto e perturbador devido ao eco produzido pelo lugar. O espadachim prendeu a respiração, temendo, em seu intimo, que houvesse alertado alguma criatura habitante das vastidões daqueles túneis a qual pudesse representar alguma ameaça para sua profana empreitada. Riu de si mesmo, devido ao temor impensado que havia o acometido. Sabia que agora nada poderia representar-lhe perigo e, além do mais, acabou por constatar que as velhas lendas eram verdadeiras: nenhum ser vivo tinha como morada as amaldiçoadas cavernas de Hellad-Kuzartel. Não havia ali criatura fantástica e tampouco corriqueiros morcegos - tão comuns a esse tipo de ambiente -. Contudo, mesmo que do contrario fosse, mesmo que a morte ali habitasse, não haveria problema... A escuridão estava ao seu lado.